Web 2.0

03-12-2010 20:55

Conceito de Web 2.0

A primeira geração da Internet - Web 1.0 - teve como primordial atributo a enorme quantidade de informação e conhecimento disponível e a que todos podíamos aceder. Mas o papel do utilizador era o de mero espectador da acção que se passava na página que visitava, não tendo consentimento para modificar ou reeditar o seu conteúdo. A Web 1.0 era bastante dispendiosa para os seus utilizadores, sendo a maioria dos serviços pagos e verificados através de licenças.

Com a introdução da Web 2.0, as pessoas passaram a produzir os seus próprios documentos e a publicá-los automaticamente na rede, sem a necessidade de grandes conhecimentos de programação e de ambientes sofisticados de informática. Houve sempre uma preocupação em tornar este meio mais democrático, e a evolução tecnológica possibilitou o aumento do acesso de utilizadores possível pela largura de banda das conexões, pela possibilidade de se publicarem informações na Web, de forma fácil, rápida e independente de software específico, linguagem de programação ou custos adicionais. Ao surgirem novas ferramentas que possibilitavam a qualquer pessoa criar o seu site pessoal ou ter o seu blog, a Web começou a ter movimento, som e imagem. O aperfeiçoamento dessas ferramentas veio impulsionar a produção de informação e conteúdos sem grande esforço por parte do utilizador. Este passou de consumidor a produtor de conteúdos, criando-os e partilhando-os a partir de qualquer local e em qualquer momento, desde que, tenha um computador com acesso à Internet. Assim, passa a ter um papel mais activo, uma vez que produz conteúdos, adiciona comentários, partilha ideias e relaciona-se. A comunicação passa a desenvolver-se de forma mais partilhada e colaborativa. Muitos utilizadores devido à velocidade do processo da mudança, nem se aperceberam de que a Internet mudou o seu paradigma.

A emergência da Web 2.0 é algo que vai para além do mero domínio tecnológico: sendo uma revolução social e cultural, estendendo-se a todas as áreas da sociedade. O utilizador Web 2.0 traz consigo um conjunto de contactos, recursos, ferramentas e produtos (dinâmico, mutável e evolutivo), uma espécie de portfólio pessoal combinado com uma rede social de comunicação e interacção, que constitui, de certa forma, a sua rede ou o seu ambiente pessoal de aprendizagem. As características deste contexto tecnológico e a prática que resulta da sua utilização conduzem a uma certa desestabilização e problematização de noções como as de autoria, validade e certificação do conhecimento, aprendizagem formal e informal, relação entre quem aprende e quem ensina ou natureza e finalidade do conhecimento. A cultura digital pode ser apresentada como um estádio que expressa ou fortalece muitas das características presentes na sociedade pós-moderna: a problematização da identidade; as questões ligadas à autenticação do discurso; o esbater das barreiras entre produtor e receptor; a fragmentação e a relativização do conhecimento; o esbatimento da noção de verdade em favor das noções de funcionalidade e operacionalidade; a preponderância da linguagem como forma de interpretar o mundo; uma certa resistência “intuitiva” ao poder e à autoridade, em favor da partilha e da cooperação. A pós-modernidade encontrou na Internet e na cultura digital uma realização concreta e operativa de muitos dos seus pressupostos, em especial no caso da Web 2.0. O conhecimento deixa de ser um bem privado e torna-se num bem público e aberto, permitindo que as pessoas se apropriem do que outros construíram, edificando novos objectos e reconstruindo os que já existem, comutem informações com outros sujeitos a fim de arquitectar colectivamente e, ainda, participem activamente na gestão das informações, mudando assim os pólos produtores e emissores. Daqui surge a inquietação: seria a Web um fenómeno social de inteligência colectiva, em que todos constroem com todos, ou simplesmente uma grande plataforma em que qualquer indivíduo, mesmo sem os referidos conhecimentos técnicos, se apropriaria rapidamente de informações prontas (fast food), exaltando assim o carácter amador da apropriação e das produções aligeiradas?

A definição de Web 2.0 parece não ser consensual e difícil de explicar por palavras. Uma breve definição de Web 2.0 poderia ser: um conjunto de tecnologias articulados aos termos: blog, Wiki, etc. que facilitam uma conexão mais social da Web e onde toda a gente pode adicionar e editar informação. Tim O'Reilly refere que a “ Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores e são mais usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva”.

A Web 2.0 potencia a era de Emerec postulada por Jean Cloutier. O receptor é ao mesmo tempo emissor, assumindo um papel activo na comunicação. O Emissor -Receptor comunica interactivamente na Web 2.0.

Web 2.0 é o momento em que deixamos de usar PCs, como modelo central, e começamos a utilizar Internet. A informação passa a estar armazenada em sistemas de e- learning, plataformas colaborativas e outros repositórios.

As principais características da Web 2.0 são: interfaces ricas e fáceis de usar; sucesso da ferramenta depende dos número de utilizadores, pois estes podem ajudar a tornar o sistema melhor; gratuidade na maioria dos sistemas disponibilizados; maior facilidade de armazenamento de dados e criação de páginas online; vários utilizadores podem aceder à mesma página e editar as informações que mudam quase que instantaneamente; os sites softwares estão articulados a outros aplicativos tornando-os mais ricos e produtivos e trabalhando na forma de plataforma (união de vários aplicativos); os softwares funcionam basicamente online ou podem utilizar sistemas off-line com opção para exportar informações de forma rápida e fácil para a Web; os sistemas param de ter versões e passam a ser actualizados e corrigidos a todo instante, trazendo benefícios para os utilizadores; os softwares da Web 2.0 geralmente criam comunidades de pessoas interessadas num determinado assunto; a actualização da informação é feita colaborativamente e torna-se mais fiável com o número de pessoas que acede e actualiza; com a utilização de tags em quase todos os aplicativos, ocorre um dos primeiros passos para a Web semântica e a indexação correcta dos conteúdos disponibilizados.

As ferramentas da Web 2.0 podem ser classificadas em duas categorias: na primeira categoria - incluem-se as aplicações que só podem existir na Internet e cuja eficácia aumenta com o número de utilizadores registados, como por exemplo: google docs, del.icio.us, youtube, ebay, hi5, etc; na segunda categoria – incluem-se as aplicações que podem funcionar offline, mas que também podem trazer vantagens se estiverem online: google maps, itunes, etc.

Enumeração e descrição breve de algumas ferramentas mais populares da Web 2.0

O número de ferramentas disponíveis que utilizam o paradigma da Web 2.0 possuem uma infinidade de exemplos, sendo os mais populares:

-Softwares para criação de redes sociais (social networking) - Hi5, Orkut, Messenger, Facebook, blogs, etc ;

 -Ferramentas de escrita criativa - Wikis, Google docs, Blogs, etc ;

-Ferramentas de comunicação online – Messenger, Googletalk, etc;

-Ferramentas de publicação de vídeos online – YouTube, Google Vídeos, Yahoo Videos, Sapo vídeos, etc;

-Ferramentas de publicação de fotografias online – Flickr, Sapo Fotos, etc;

-Ferramentas de social Bookmarking - Del.icio.us, etc;

-Plataformas de e-learning – Moodle, Atutor, Dokeos, Claroline, Blackbord, etc;

-Ambientes de realidade/interacção virtual – Second Life , WhyVille, etc ;.

Blogs

Criado em finais da década de 1990 por Jorn Barger , o Weblog, em português,  blogue, refere-se a um diário na Web com indicadores para outros sites, cuja informação está organizada da mais recente para a mais antiga (em “post”), frequentemente actualizado com opiniões, emoções, factos, imagens, etc. Disponibiliza um índice de entrada e pode conter apontadores para outros sites. Três benefícios no uso de blogues são apontados: um prende-se com a facilidade da criação e o manuseamento das ferramentas de publicação, outro relaciona-se com o facto de a ferramenta disponibilizar interfaces que possibilitam ao utilizador centrar-se no conteúdo e, por fim, a existência de funcionalidades como comentários, arquivo, entre outros. Um dos aspectos mais comentados da era Web 2.0 é o crescimento dos blogs. Se fossem meramente um amplificador, os blogs não estimulariam nenhum interesse. Mas, como a Wikipedia, os blogs capitalizam a inteligência global como uma espécie de filtro. Entra em acção o que James Suriowecki chama de a sabedoria das massas.

Alguns autores afirmam que se há alguma área onde os weblogs podem ser utilizados como ferramenta de comunicação e de troca de experiências com excelentes resultados, essa área é sem dúvida, a da educação. O blogue pode funcionar como caderno, portefólio, fórum, apoio à disciplina, também pode ser usado para disponibilizar pequenos sites como WebQuest e Caça ao Tesouro, que são actividades dirigidas para a pesquisa na Web. Com o blogue, os textos ficam abertos ao professor e aos colegas, que os podem ler, comentar, avaliar e sugerir ligações para sites referentes sobre os assuntos abordados. O blogue pode ser também utilizado como complemento ao ensino presencial, já que nos blogues poderão constar avisos, indicações de trabalhos a realizar, ligações para materiais de consulta, textos de apoio às aulas, entre outros, mostrando o caminho da aprendizagem efectuada pelos alunos. Os autores referem ainda que os alunos que têm weblogs podem mais facilmente apreender noções básicas de apresentação pública de trabalhos e de ética académica, como a necessidade de respeito pelo trabalho dos outros. Assim plagiar torna - se mais perigoso uma vez que os trabalhos estão expostos a toda a comunidade que navega na Internet. Vários professores já se aventuraram na criação de blogues e alguns já os mantêm há alguns anos. Uma busca a Web leva-nos a verificar que existem blogues para todas as disciplinas, curriculares e curriculares não - disciplinares. Será bom ver vários exemplos para nos esclarecer sobre o que é possível fazer na aula com um blogue, conhecendo os alunos com que trabalhamos. Sendo assim, o professor pode criar um blogue, por exemplo, para publicar pequenos textos que os alunos devem comentar, desenvolvendo pois competências na área da expressão escrita; pode publicar actividades como WebQuests, entre outras; pode publicar fotografias de uma visita de estudo; pode lançar propostas de investigação (com orientações detalhadas); colocar avisos, etc.

You tube - TeacherTube

Em 2005, Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim criam o serviço YouTube com o objectivo de possibilitar a partilha de vídeos. A proposta inicial consistia em, utilizando o formato Macromedia Flash, partilhar conteúdo audiovisual como excerto de filmes, programas televisivos, videoclips, conteúdo amador, etc.

Como envolver os alunos no processo de criação de um vídeo? Basta torná-los autores ou co- autores para se conseguir um envolvimento activo por parte do aluno na sua aprendizagem e construção dos seus saberes. A tecnologia do vídeo quando colocada nas mãos dos alunos, permite a experiência da pesquisa, do avaliar-se, do conhecer e conhecer-se, logo, possibilita a experiência de auxílio entre pares na elaboração de um produto colectivo. Como os vídeos podem ser comentados, admitem a reflexão quer de quem os postou quer de quem os visualizou. De realçar que a ferramenta permite converter um power point num vídeo.

O Teacher Tube tem como objectivo partilhar vídeos e promover a comunicação, mas dirigido a um público mais restrito, o público do ensino/educação. Lançado em 2007, foi criação de Jason Smith que considerava proveitoso que professores, educadores e escolas se servissem das potencialidades pedagógicas inerentes à Web para aprender. Para já, só existe em inglês, mas já se podem encontrar vídeos portugueses. O TeacherTube pretende pois ser um site de partilha de vídeos onde educadores em geral postem os seus, e possam disponibilizar os seus vídeos para que alunos os possam ver, desenvolvendo assim competências, apesar de oferecer a possibilidade de manter os vídeos privados

Flickr

O Flickr é um site da Web que admite e partilha imagens, desenhos, ilustrações e fotografias. Uma das potencialidades mais apreciadas está na possibilidade dos utilizadores criarem álbuns para armazenamento das suas fotografias que podem ser vistos em diferentes locais do mundo. Por essa razão, o Flickr pertence ao software de rede social. O Flickr organiza e classifica as fotos por meio de categorias (tags), que os próprios utilizadores definem.

Na aula, o professor pode aproveitar esta ferramenta, por exemplo para criar um álbum de fotografias. Numa aula de História, o Flickr pode ser utilizado para criar álbuns sobre diferentes estilos artísticos. O docente pode pedir aos alunos fotografias de monumentos, esculturas, etc., da sua cidade e, depois de um trabalho de investigação sobre o estilo artístico em que estas se inserem, organizar, com os alunos, as imagens e catalogá-las no site.

Del.icio.us

Desenvolvido por Joshua Schachter no final de 2003, o del.icio.us é um serviço on-line que possibilita ao utilizador adicionar e pesquisar bookmarks (favoritos) sobre qualquer assunto. Projectado para permitir armazenar e compartilhar bookmarks na Web, em vez de o fazer no browser, trata-se de uma ferramenta para guardar e catalogar os sites preferidos do utilizador a fim de que este os possa aceder noutro qualquer lugar e adicionar favoritos em qualquer lugar, também. É, por isso, um site de social bookmarking. Além disso, o utilizador pode partilhar os seus bookmarks e visualizar os favoritos (públicos) de outros membros da comunidade.

O del.icio.us pode, em sala de aula, desenvolver a colaboração entre amigos e outros colegas ao recolher e organizar bookmarks que são indispensáveis para todo o grupo. Por exemplo, um professor de Inglês pode criar uma conta para a sua turma em que, após a negociação com os alunos, se definem tags sobre um assunto, por exemplo, cultura inglesa. A partir daí, os alunos poderão visitar esses favoritos e aprender com eles, preparando, por exemplo, uma apresentação para a turma. Na sociedade em que vivemos é cada vez mais importante o trabalho em equipa e a colocação do saber individual ao dispor e proveito do grupo. A evolução dos saberes inclui a constante actualização e capacidade de aprendizagem, e a interacção social e interpessoal deve ser privilegiada.

Dandelife

Com o passar dos anos, as memórias vão-se misturando nas nossas mentes e acabamos, por vezes, confundindo quando é que um facto ou outro aconteceu. Outrora, muitas pessoas escreviam diários para documentar a sua própria vida e guardar as memórias. Os tempos mudaram, as nossas exigências também, pelo que, actualmente, podemos registar esses dados ao construir uma verdadeira linha do tempo com ajuda de ferramentas da Web. Alguns serviços na Internet já oferecem a oportunidade de construir a sua própria linha do tempo, gratuitamente, como o Dandelife. No caso do Dandelife, em cada data, além de ser possível inserir um texto para narrar o facto, podemos inserir imagens do Flickr, vídeos do YouTube e áudio para registar um momento. Associado a isso, está a possibilidade de partilhar essas informações com o mundo. Acrescente-se ainda que a construção dessas memórias digitais pode ser um trabalho colectivo através do envio de convites a possíveis colaboradores. O Dandelife é, assim, uma rede social construída em torno de acontecimentos de um indivíduo. Nela é permitido fazer uma busca por datas, pessoas ou por palavras-chave (tags).

O Dandelife é um recurso gratuito que pode ser útil na escola para os alunos desenvolverem a competência da temporalidade. Pode ser trabalhado, especialmente, na disciplina de História mas também noutras disciplinas, nomeadamente, nas Línguas. Assim, os professores podem pedir biografias de autores de livros, de personagens ou mesmo de acontecimentos que marcaram a História de Portugal e/ou Mundial. Com esta ferramenta é mais fácil conceber uma barra cronológica visto que se podem incluir datas de forma casual que a ferramenta reposiciona a data na barra cronológica, respeitando a sequência entre as datas, ou seja, a “distância” entre um acontecimento e outro fica proporcional ao tempo decorrido. Para além disso, os alunos podem em cada “acontecimento”, inserir texto para narrar o facto, imagens do Flickr e vídeos do YouTube.

Wiki

Wiki é um software colaborativo que permite a edição colaborativa de documentos. Os Wikis possibilitam publicar e partilhar conteúdos na Web de forma muito fácil. Uma das características da tecnologia Wiki é a facilidade com que as páginas são criadas e alteradas e a possibilidade de, colaborativamente, construir conteúdo para a Web. A sua estrutura lógica é muito semelhante à de um Blogue, mas com a funcionalidade acrescida de qualquer visitante poder clicar para modificar, agregar ou suprimir o conteúdo da página, ainda que este tenha sido criado por outros autores. Assim, é possível corrigir erros, complementar ideias e inserir novas informações – o conteúdo de um artigo actualiza-se graças à colectividade. As páginas wikis estão a ocorrer como um espaço à parte na Internet e estão a ganhar cada vez mais importância no seio dos internautas. Assim pretende-se democratizar, partilhar e ao mesmo tempo desenvolver a liberdade de expressão. Além disso, podem inserir-se comentários no texto de outros autores com informações úteis que enriquecem o trabalho colaborativo. O Wiki é pois um conjunto de páginas sem estrutura hierárquica a priori e ligadas entre si, o que permite ao utilizador disponibilizar de conteúdos online com grande facilidade e rapidez. Entenda-se que isso pode originar uma quantidade exagerada de informação repetida e desorganizada. Por isso, de vez em quando procede-se a uma limpeza, chamada “refractorização” ou “jardinagem wiki”, a fim de suprimir páginas “mortas”, editar conteúdos repetidos ou fundir várias páginas.

Alguns professores começaram já a integrar as novas tecnologias de informação e comunicação na sua vida pessoal e profissional, começando activamente a manuseá-las na preparação das aulas ou no seu acompanhamento. A simplicidade e a facilidade de utilização dos Wikis fazem deles uma ferramenta desejável aos olhos dos professores porque os Wikis estão orientados para o trabalho colaborativo, o que estimula a reflexão, a negociação entre alunos. Os Wikis, como ferramenta educativa, permitem a possibilidade de troca de ideias, criar aplicações, propor linhas de trabalho para determinados objectivos. Permitem ainda recriar ou fazer glossários, dicionários, livros de texto, manuais, arquivos de aula, ver todo o historial de modificações, permitindo ao professor avaliar a evolução registada e, ainda criar estruturas de conhecimento partilhado que potencia a criação de comunidades de aprendizagem. Em suma, os alunos têm a oportunidade de aprender com os colegas e consultar os materiais por eles produzidos. Para além disso, quando os alunos sabem que vão disponibilizar informação online, fazem-no, por vezes, com maior satisfação e empenho, porque outros utilizadores podem ver o que eles realizaram e avaliar a informação editada.

Que utilidade educativa antevê nesta geração da web?

Com as ferramentas gratuitas e de fácil publicação da Web 2.0, consideramos que são inúmeras as oportunidades que se encontram na Web, quer para professores, quer para alunos desenvolverem uma aprendizagem de qualidade. Cabe portanto ao professor o papel de rentabilizar esse manancial de ferramentas e preparar os alunos para esta nova forma de estar, onde todos são consumidores e produtores da sociedade globalizada. Há, no entanto, a necessidade de se ter um espírito aberto e ser sensível à introdução das novas ferramentas que podem ser rentabilizadas no processo de ensino - aprendizagem, no sentido de se criar uma dinâmica interactiva com os alunos, onde se partilham trabalhos, dúvidas e reflexões e onde se estimula uma aprendizagem colaborativa. Ao levar os alunos a utilizarem as ferramentas gratuitas e de fácil publicação existentes na Web está-se a contribuir para o desenvolvimento e preparação de cidadãos aptos para a sociedade da informação e do conhecimento.

A diversidade de recursos na Internet é grande, implicando tempo de pesquisa e de exploração. Para todas as disciplinas há conteúdos, actividades com correcção automática, simulações e jogos. Portanto, todos os intervenientes na educação devem aceitar esse desafio para educarem e formarem jovens responsáveis, capazes de trabalhar de forma colaborativa e reflexiva.

O ambiente de trabalho deixa de estar no computador pessoal do professor e passa a estar online, sempre acessível, a partir de qualquer lugar do planeta com acesso à Internet. Nunca mais o professor corre o risco de se esquecer de trazer alguma coisa para a aula porque a um clique pode aceder aos seus favoritos no Delicious, aos seus textos, gráficos ou apresentações no Google Docs, às suas imagens no Flickr ou, aos seus vídeos no YouTube.

Alguns autores indicam-nos que cada vez mais os alunos estão motivados para as tecnologias informáticas e menos motivados para os métodos tradicionais de ensino. Por isso, acreditam que para conseguir cumprir a missão de formar os alunos, o professor tem a obrigação de adaptar os seus métodos de ensino às novas tecnologias. Torna-se muito importante que no contexto da sala de aula se use e se aprenda a utilizar as novas tecnologias. O professor reconhecendo que tem de orientar os percursos individuais de aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento de competências, deve ser receptivo e capacitar-se para aprender e se actualizar.

Apesar das condições tecnológicas estarem criadas, torna-se urgente saber dar, em proveito de uma educação de qualidade, utilidade à Internet, ao equipamento informático nas salas de aula e aos portáteis. Pensamos que a Web 2.0 pode dar uma outra perspectiva nessa qualidade do ensino, tornando os alunos produtores do conhecimento. Assim, a integração de várias ferramentas da Web 2.0 na prática lectiva, como o Dandelife, Wiki e Goowy, deseja fazer com que os alunos se envolvam no processo de ensino e aprendizagem, procurando, por um lado, rentabilizar os recursos da Web e, por outro, partilhar o conhecimento. É, pois, importante preparar as gerações para esta nova forma de estar, onde todos são consumidores e produtores e onde as capacidades de pesquisar e de avaliar a qualidade da informação são críticas. Para além disso, os alunos desenvolverão um conjunto de competências transversais. Alguns autores reconhecem que a Internet se tornou uma extensão cognitiva e um meio de socialização de grande magnitude, particularmente, para os jovens.  

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