Os Programas educativos

Actualidade em termos de aprendizagem de programas educativos (TV, DVD, Internet, …)

A multimédia é hoje uma poderosa forma de comunicar ideias, procurar informações e vivenciar conceitos, mais do que qualquer outro meio de comunicação já inventado, pois, incorpora todos os tipos de médias existentes. O seu potencial está na possibilidade de oferecer uma experiência individual superior à de outros meios, além de oferecer a “interactividade”, que é a capacidade dada ao usuário de interagir com o meio. Considerados durante muito tempo como dois mundos distantes e aparte, actualmente, tanto a Escola como os Media, tendem a ser vistos como duas faces da mesma moeda. Num primeiro momento e ao longo do processo de socialização, a criança fazia parte integrante de dois mundos complementares embora distintos: a família e a escola. Da educação formal na sala de aula, a criança continuava a sua formação pessoal em casa. Eram poucos os agentes externos a este processo e, na generalidade, com um poder diminuto, quer em relação à escola, quer ao núcleo familiar. A partir do boom que caracterizou o desenvolvimento dos meios de comunicação social – considerando neste caso o final do século XX –, o quadro do ensino que se manteve estável durante décadas alterou-se. Os médias entraram definitivamente no processo de socialização, primeiro de forma lenta e ‘sub-reptícia’, depois já como presença inegável na formação e educação. É um desafio trabalhar com esses meios para educar. A educação e o trabalho com crianças exigem um cuidado pedagógico específico. Neste sentido, a necessidade de testar a utilização destes meios, exige a criação de um ambiente próprio para a prática educativa, evitando a apresentação de um produto que não atenda aos objectivos educacionais e possivelmente não atingindo a finalidade para o qual está predestinado: educar através da tecnologia num ambiente virtual próprio para crianças, ampliando o espectro de possibilidades de interacção social e educacional. Este é um momento em que o software didáctico bem utilizado pode ser extremamente importante não só na aquisição destas competências, mas também na familiarização com as Tecnologias da Informação. Os desafios que são colocados à Escola impõem a utilização das novas tecnologias. No tempo actual não é possível pensar o ensino e a aprendizagem, sem que os alunos interajam com estes média. Esta é uma condição importante, é mesmo um imperativo fundamental de cidadania. Não é, por isso, estranho que os computadores e a sua utilização se tivessem transformado num importante elemento na discussão do desenvolvimento das Escolas. É reconhecida a influência que as TIC têm já no percurso escolar dos alunos e sabe-se que no futuro vai ser banal a exigência de que saibam manusear o computador em qualquer profissão.

 Os Programas educativos

Ao seleccionar um programa educativo têm de se considerar diversos aspectos como: os conteúdos (temas, áreas curriculares...); os destinatários (critérios baseados nos níveis educativos, idade, conhecimentos prévios…); os objectivos educativos que se pretendem alcançar (conceptuais, procedimentos, atitudes ou outros); as actividades cognitivas, afectivas e psicomotoras (memorização, aplicação, analise, avaliação; recepção, resposta, valorização; …) e a sua estratégia didáctica (entreter, instruir, motivar, explorar, experimentar...) …

A “ Rua Sésamo “ 

O programa “ Rua Sésamo” é um dos indicados quando se trata de exemplificar os possíveis benefícios da televisão no desenvolvimento cognitivo da criança, em especial das crianças oriundas de famílias carenciadas, crianças que assim puderam usufruir de experiências pré-escolares em casa, compensando, em parte, as desvantagens de não frequentarem o ensino pré-escolar. Estudos realizados, com crianças em idade pré-escolar, revelaram que, quando expostas ao referido programa apresentavam melhorias em várias competências importantes para o rendimento escolar, como o reconhecimento de letras e de números, por exemplo, bem como em outro tipo de competências. Intelectualmente pouco estimuladas, estas crianças foram expostas a uma linguagem visual e sonora adequada à sua capacidade de compreensão do mundo, de representações concretas através de estímulos sensoriais. A televisão foi capaz de ensinar a estas crianças representações simbólicas da realidade.

 A “Rua Sésamo”, mais do que uma diversão, é acima de tudo, um importantíssimo instrumento pedagógico que sabe definir valores morais e éticos que se traduzem por meio de personagens simples, humildes e muito divertidas.

“Rua Sésamo” é um programa infantil vocacionado para a educação, com componentes pedagógicas mas, não esquece o divertimento, que é, aliás, privilegiado como fio condutor da acção. Ensinar, brincando, pode ser um dos lemas da “Rua Sésamo”. Uma rua diferente, onde se passam coisas bonitas e divertidas, onde se podem encontrar personagens enternecedoras como o Poupas, passarão de cor alaranjada, exótica, ingénuo e que faz muitas perguntas e o Ferrão, bicho-cabeludo rezingão, com frequentes crises de humor, mas, no fundo, é uma personagem enternecedora.