Blog

O ciclo da água

05-12-2010 23:26

Este vídeo mostra os caminhos da água até chegar à casa das pessoas, estações de tratamento de água e esgoto.

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Internet Segura - Benefícios e riscos da utilização da Internet: um alerta para os Pais

04-12-2010 20:34

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Web 2.0

03-12-2010 20:55

Conceito de Web 2.0

A primeira geração da Internet - Web 1.0 - teve como primordial atributo a enorme quantidade de informação e conhecimento disponível e a que todos podíamos aceder. Mas o papel do utilizador era o de mero espectador da acção que se passava na página que visitava, não tendo consentimento para modificar ou reeditar o seu conteúdo. A Web 1.0 era bastante dispendiosa para os seus utilizadores, sendo a maioria dos serviços pagos e verificados através de licenças.

Com a introdução da Web 2.0, as pessoas passaram a produzir os seus próprios documentos e a publicá-los automaticamente na rede, sem a necessidade de grandes conhecimentos de programação e de ambientes sofisticados de informática. Houve sempre uma preocupação em tornar este meio mais democrático, e a evolução tecnológica possibilitou o aumento do acesso de utilizadores possível pela largura de banda das conexões, pela possibilidade de se publicarem informações na Web, de forma fácil, rápida e independente de software específico, linguagem de programação ou custos adicionais. Ao surgirem novas ferramentas que possibilitavam a qualquer pessoa criar o seu site pessoal ou ter o seu blog, a Web começou a ter movimento, som e imagem. O aperfeiçoamento dessas ferramentas veio impulsionar a produção de informação e conteúdos sem grande esforço por parte do utilizador. Este passou de consumidor a produtor de conteúdos, criando-os e partilhando-os a partir de qualquer local e em qualquer momento, desde que, tenha um computador com acesso à Internet. Assim, passa a ter um papel mais activo, uma vez que produz conteúdos, adiciona comentários, partilha ideias e relaciona-se. A comunicação passa a desenvolver-se de forma mais partilhada e colaborativa. Muitos utilizadores devido à velocidade do processo da mudança, nem se aperceberam de que a Internet mudou o seu paradigma.

A emergência da Web 2.0 é algo que vai para além do mero domínio tecnológico: sendo uma revolução social e cultural, estendendo-se a todas as áreas da sociedade. O utilizador Web 2.0 traz consigo um conjunto de contactos, recursos, ferramentas e produtos (dinâmico, mutável e evolutivo), uma espécie de portfólio pessoal combinado com uma rede social de comunicação e interacção, que constitui, de certa forma, a sua rede ou o seu ambiente pessoal de aprendizagem. As características deste contexto tecnológico e a prática que resulta da sua utilização conduzem a uma certa desestabilização e problematização de noções como as de autoria, validade e certificação do conhecimento, aprendizagem formal e informal, relação entre quem aprende e quem ensina ou natureza e finalidade do conhecimento. A cultura digital pode ser apresentada como um estádio que expressa ou fortalece muitas das características presentes na sociedade pós-moderna: a problematização da identidade; as questões ligadas à autenticação do discurso; o esbater das barreiras entre produtor e receptor; a fragmentação e a relativização do conhecimento; o esbatimento da noção de verdade em favor das noções de funcionalidade e operacionalidade; a preponderância da linguagem como forma de interpretar o mundo; uma certa resistência “intuitiva” ao poder e à autoridade, em favor da partilha e da cooperação. A pós-modernidade encontrou na Internet e na cultura digital uma realização concreta e operativa de muitos dos seus pressupostos, em especial no caso da Web 2.0. O conhecimento deixa de ser um bem privado e torna-se num bem público e aberto, permitindo que as pessoas se apropriem do que outros construíram, edificando novos objectos e reconstruindo os que já existem, comutem informações com outros sujeitos a fim de arquitectar colectivamente e, ainda, participem activamente na gestão das informações, mudando assim os pólos produtores e emissores. Daqui surge a inquietação: seria a Web um fenómeno social de inteligência colectiva, em que todos constroem com todos, ou simplesmente uma grande plataforma em que qualquer indivíduo, mesmo sem os referidos conhecimentos técnicos, se apropriaria rapidamente de informações prontas (fast food), exaltando assim o carácter amador da apropriação e das produções aligeiradas?

A definição de Web 2.0 parece não ser consensual e difícil de explicar por palavras. Uma breve definição de Web 2.0 poderia ser: um conjunto de tecnologias articulados aos termos: blog, Wiki, etc. que facilitam uma conexão mais social da Web e onde toda a gente pode adicionar e editar informação. Tim O'Reilly refere que a “ Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores e são mais usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva”.

A Web 2.0 potencia a era de Emerec postulada por Jean Cloutier. O receptor é ao mesmo tempo emissor, assumindo um papel activo na comunicação. O Emissor -Receptor comunica interactivamente na Web 2.0.

Web 2.0 é o momento em que deixamos de usar PCs, como modelo central, e começamos a utilizar Internet. A informação passa a estar armazenada em sistemas de e- learning, plataformas colaborativas e outros repositórios.

As principais características da Web 2.0 são: interfaces ricas e fáceis de usar; sucesso da ferramenta depende dos número de utilizadores, pois estes podem ajudar a tornar o sistema melhor; gratuidade na maioria dos sistemas disponibilizados; maior facilidade de armazenamento de dados e criação de páginas online; vários utilizadores podem aceder à mesma página e editar as informações que mudam quase que instantaneamente; os sites softwares estão articulados a outros aplicativos tornando-os mais ricos e produtivos e trabalhando na forma de plataforma (união de vários aplicativos); os softwares funcionam basicamente online ou podem utilizar sistemas off-line com opção para exportar informações de forma rápida e fácil para a Web; os sistemas param de ter versões e passam a ser actualizados e corrigidos a todo instante, trazendo benefícios para os utilizadores; os softwares da Web 2.0 geralmente criam comunidades de pessoas interessadas num determinado assunto; a actualização da informação é feita colaborativamente e torna-se mais fiável com o número de pessoas que acede e actualiza; com a utilização de tags em quase todos os aplicativos, ocorre um dos primeiros passos para a Web semântica e a indexação correcta dos conteúdos disponibilizados.

As ferramentas da Web 2.0 podem ser classificadas em duas categorias: na primeira categoria - incluem-se as aplicações que só podem existir na Internet e cuja eficácia aumenta com o número de utilizadores registados, como por exemplo: google docs, del.icio.us, youtube, ebay, hi5, etc; na segunda categoria – incluem-se as aplicações que podem funcionar offline, mas que também podem trazer vantagens se estiverem online: google maps, itunes, etc.

Enumeração e descrição breve de algumas ferramentas mais populares da Web 2.0

O número de ferramentas disponíveis que utilizam o paradigma da Web 2.0 possuem uma infinidade de exemplos, sendo os mais populares:

-Softwares para criação de redes sociais (social networking) - Hi5, Orkut, Messenger, Facebook, blogs, etc ;

 -Ferramentas de escrita criativa - Wikis, Google docs, Blogs, etc ;

-Ferramentas de comunicação online – Messenger, Googletalk, etc;

-Ferramentas de publicação de vídeos online – YouTube, Google Vídeos, Yahoo Videos, Sapo vídeos, etc;

-Ferramentas de publicação de fotografias online – Flickr, Sapo Fotos, etc;

-Ferramentas de social Bookmarking - Del.icio.us, etc;

-Plataformas de e-learning – Moodle, Atutor, Dokeos, Claroline, Blackbord, etc;

-Ambientes de realidade/interacção virtual – Second Life , WhyVille, etc ;.

Blogs

Criado em finais da década de 1990 por Jorn Barger , o Weblog, em português,  blogue, refere-se a um diário na Web com indicadores para outros sites, cuja informação está organizada da mais recente para a mais antiga (em “post”), frequentemente actualizado com opiniões, emoções, factos, imagens, etc. Disponibiliza um índice de entrada e pode conter apontadores para outros sites. Três benefícios no uso de blogues são apontados: um prende-se com a facilidade da criação e o manuseamento das ferramentas de publicação, outro relaciona-se com o facto de a ferramenta disponibilizar interfaces que possibilitam ao utilizador centrar-se no conteúdo e, por fim, a existência de funcionalidades como comentários, arquivo, entre outros. Um dos aspectos mais comentados da era Web 2.0 é o crescimento dos blogs. Se fossem meramente um amplificador, os blogs não estimulariam nenhum interesse. Mas, como a Wikipedia, os blogs capitalizam a inteligência global como uma espécie de filtro. Entra em acção o que James Suriowecki chama de a sabedoria das massas.

Alguns autores afirmam que se há alguma área onde os weblogs podem ser utilizados como ferramenta de comunicação e de troca de experiências com excelentes resultados, essa área é sem dúvida, a da educação. O blogue pode funcionar como caderno, portefólio, fórum, apoio à disciplina, também pode ser usado para disponibilizar pequenos sites como WebQuest e Caça ao Tesouro, que são actividades dirigidas para a pesquisa na Web. Com o blogue, os textos ficam abertos ao professor e aos colegas, que os podem ler, comentar, avaliar e sugerir ligações para sites referentes sobre os assuntos abordados. O blogue pode ser também utilizado como complemento ao ensino presencial, já que nos blogues poderão constar avisos, indicações de trabalhos a realizar, ligações para materiais de consulta, textos de apoio às aulas, entre outros, mostrando o caminho da aprendizagem efectuada pelos alunos. Os autores referem ainda que os alunos que têm weblogs podem mais facilmente apreender noções básicas de apresentação pública de trabalhos e de ética académica, como a necessidade de respeito pelo trabalho dos outros. Assim plagiar torna - se mais perigoso uma vez que os trabalhos estão expostos a toda a comunidade que navega na Internet. Vários professores já se aventuraram na criação de blogues e alguns já os mantêm há alguns anos. Uma busca a Web leva-nos a verificar que existem blogues para todas as disciplinas, curriculares e curriculares não - disciplinares. Será bom ver vários exemplos para nos esclarecer sobre o que é possível fazer na aula com um blogue, conhecendo os alunos com que trabalhamos. Sendo assim, o professor pode criar um blogue, por exemplo, para publicar pequenos textos que os alunos devem comentar, desenvolvendo pois competências na área da expressão escrita; pode publicar actividades como WebQuests, entre outras; pode publicar fotografias de uma visita de estudo; pode lançar propostas de investigação (com orientações detalhadas); colocar avisos, etc.

You tube - TeacherTube

Em 2005, Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim criam o serviço YouTube com o objectivo de possibilitar a partilha de vídeos. A proposta inicial consistia em, utilizando o formato Macromedia Flash, partilhar conteúdo audiovisual como excerto de filmes, programas televisivos, videoclips, conteúdo amador, etc.

Como envolver os alunos no processo de criação de um vídeo? Basta torná-los autores ou co- autores para se conseguir um envolvimento activo por parte do aluno na sua aprendizagem e construção dos seus saberes. A tecnologia do vídeo quando colocada nas mãos dos alunos, permite a experiência da pesquisa, do avaliar-se, do conhecer e conhecer-se, logo, possibilita a experiência de auxílio entre pares na elaboração de um produto colectivo. Como os vídeos podem ser comentados, admitem a reflexão quer de quem os postou quer de quem os visualizou. De realçar que a ferramenta permite converter um power point num vídeo.

O Teacher Tube tem como objectivo partilhar vídeos e promover a comunicação, mas dirigido a um público mais restrito, o público do ensino/educação. Lançado em 2007, foi criação de Jason Smith que considerava proveitoso que professores, educadores e escolas se servissem das potencialidades pedagógicas inerentes à Web para aprender. Para já, só existe em inglês, mas já se podem encontrar vídeos portugueses. O TeacherTube pretende pois ser um site de partilha de vídeos onde educadores em geral postem os seus, e possam disponibilizar os seus vídeos para que alunos os possam ver, desenvolvendo assim competências, apesar de oferecer a possibilidade de manter os vídeos privados

Flickr

O Flickr é um site da Web que admite e partilha imagens, desenhos, ilustrações e fotografias. Uma das potencialidades mais apreciadas está na possibilidade dos utilizadores criarem álbuns para armazenamento das suas fotografias que podem ser vistos em diferentes locais do mundo. Por essa razão, o Flickr pertence ao software de rede social. O Flickr organiza e classifica as fotos por meio de categorias (tags), que os próprios utilizadores definem.

Na aula, o professor pode aproveitar esta ferramenta, por exemplo para criar um álbum de fotografias. Numa aula de História, o Flickr pode ser utilizado para criar álbuns sobre diferentes estilos artísticos. O docente pode pedir aos alunos fotografias de monumentos, esculturas, etc., da sua cidade e, depois de um trabalho de investigação sobre o estilo artístico em que estas se inserem, organizar, com os alunos, as imagens e catalogá-las no site.

Del.icio.us

Desenvolvido por Joshua Schachter no final de 2003, o del.icio.us é um serviço on-line que possibilita ao utilizador adicionar e pesquisar bookmarks (favoritos) sobre qualquer assunto. Projectado para permitir armazenar e compartilhar bookmarks na Web, em vez de o fazer no browser, trata-se de uma ferramenta para guardar e catalogar os sites preferidos do utilizador a fim de que este os possa aceder noutro qualquer lugar e adicionar favoritos em qualquer lugar, também. É, por isso, um site de social bookmarking. Além disso, o utilizador pode partilhar os seus bookmarks e visualizar os favoritos (públicos) de outros membros da comunidade.

O del.icio.us pode, em sala de aula, desenvolver a colaboração entre amigos e outros colegas ao recolher e organizar bookmarks que são indispensáveis para todo o grupo. Por exemplo, um professor de Inglês pode criar uma conta para a sua turma em que, após a negociação com os alunos, se definem tags sobre um assunto, por exemplo, cultura inglesa. A partir daí, os alunos poderão visitar esses favoritos e aprender com eles, preparando, por exemplo, uma apresentação para a turma. Na sociedade em que vivemos é cada vez mais importante o trabalho em equipa e a colocação do saber individual ao dispor e proveito do grupo. A evolução dos saberes inclui a constante actualização e capacidade de aprendizagem, e a interacção social e interpessoal deve ser privilegiada.

Dandelife

Com o passar dos anos, as memórias vão-se misturando nas nossas mentes e acabamos, por vezes, confundindo quando é que um facto ou outro aconteceu. Outrora, muitas pessoas escreviam diários para documentar a sua própria vida e guardar as memórias. Os tempos mudaram, as nossas exigências também, pelo que, actualmente, podemos registar esses dados ao construir uma verdadeira linha do tempo com ajuda de ferramentas da Web. Alguns serviços na Internet já oferecem a oportunidade de construir a sua própria linha do tempo, gratuitamente, como o Dandelife. No caso do Dandelife, em cada data, além de ser possível inserir um texto para narrar o facto, podemos inserir imagens do Flickr, vídeos do YouTube e áudio para registar um momento. Associado a isso, está a possibilidade de partilhar essas informações com o mundo. Acrescente-se ainda que a construção dessas memórias digitais pode ser um trabalho colectivo através do envio de convites a possíveis colaboradores. O Dandelife é, assim, uma rede social construída em torno de acontecimentos de um indivíduo. Nela é permitido fazer uma busca por datas, pessoas ou por palavras-chave (tags).

O Dandelife é um recurso gratuito que pode ser útil na escola para os alunos desenvolverem a competência da temporalidade. Pode ser trabalhado, especialmente, na disciplina de História mas também noutras disciplinas, nomeadamente, nas Línguas. Assim, os professores podem pedir biografias de autores de livros, de personagens ou mesmo de acontecimentos que marcaram a História de Portugal e/ou Mundial. Com esta ferramenta é mais fácil conceber uma barra cronológica visto que se podem incluir datas de forma casual que a ferramenta reposiciona a data na barra cronológica, respeitando a sequência entre as datas, ou seja, a “distância” entre um acontecimento e outro fica proporcional ao tempo decorrido. Para além disso, os alunos podem em cada “acontecimento”, inserir texto para narrar o facto, imagens do Flickr e vídeos do YouTube.

Wiki

Wiki é um software colaborativo que permite a edição colaborativa de documentos. Os Wikis possibilitam publicar e partilhar conteúdos na Web de forma muito fácil. Uma das características da tecnologia Wiki é a facilidade com que as páginas são criadas e alteradas e a possibilidade de, colaborativamente, construir conteúdo para a Web. A sua estrutura lógica é muito semelhante à de um Blogue, mas com a funcionalidade acrescida de qualquer visitante poder clicar para modificar, agregar ou suprimir o conteúdo da página, ainda que este tenha sido criado por outros autores. Assim, é possível corrigir erros, complementar ideias e inserir novas informações – o conteúdo de um artigo actualiza-se graças à colectividade. As páginas wikis estão a ocorrer como um espaço à parte na Internet e estão a ganhar cada vez mais importância no seio dos internautas. Assim pretende-se democratizar, partilhar e ao mesmo tempo desenvolver a liberdade de expressão. Além disso, podem inserir-se comentários no texto de outros autores com informações úteis que enriquecem o trabalho colaborativo. O Wiki é pois um conjunto de páginas sem estrutura hierárquica a priori e ligadas entre si, o que permite ao utilizador disponibilizar de conteúdos online com grande facilidade e rapidez. Entenda-se que isso pode originar uma quantidade exagerada de informação repetida e desorganizada. Por isso, de vez em quando procede-se a uma limpeza, chamada “refractorização” ou “jardinagem wiki”, a fim de suprimir páginas “mortas”, editar conteúdos repetidos ou fundir várias páginas.

Alguns professores começaram já a integrar as novas tecnologias de informação e comunicação na sua vida pessoal e profissional, começando activamente a manuseá-las na preparação das aulas ou no seu acompanhamento. A simplicidade e a facilidade de utilização dos Wikis fazem deles uma ferramenta desejável aos olhos dos professores porque os Wikis estão orientados para o trabalho colaborativo, o que estimula a reflexão, a negociação entre alunos. Os Wikis, como ferramenta educativa, permitem a possibilidade de troca de ideias, criar aplicações, propor linhas de trabalho para determinados objectivos. Permitem ainda recriar ou fazer glossários, dicionários, livros de texto, manuais, arquivos de aula, ver todo o historial de modificações, permitindo ao professor avaliar a evolução registada e, ainda criar estruturas de conhecimento partilhado que potencia a criação de comunidades de aprendizagem. Em suma, os alunos têm a oportunidade de aprender com os colegas e consultar os materiais por eles produzidos. Para além disso, quando os alunos sabem que vão disponibilizar informação online, fazem-no, por vezes, com maior satisfação e empenho, porque outros utilizadores podem ver o que eles realizaram e avaliar a informação editada.

Que utilidade educativa antevê nesta geração da web?

Com as ferramentas gratuitas e de fácil publicação da Web 2.0, consideramos que são inúmeras as oportunidades que se encontram na Web, quer para professores, quer para alunos desenvolverem uma aprendizagem de qualidade. Cabe portanto ao professor o papel de rentabilizar esse manancial de ferramentas e preparar os alunos para esta nova forma de estar, onde todos são consumidores e produtores da sociedade globalizada. Há, no entanto, a necessidade de se ter um espírito aberto e ser sensível à introdução das novas ferramentas que podem ser rentabilizadas no processo de ensino - aprendizagem, no sentido de se criar uma dinâmica interactiva com os alunos, onde se partilham trabalhos, dúvidas e reflexões e onde se estimula uma aprendizagem colaborativa. Ao levar os alunos a utilizarem as ferramentas gratuitas e de fácil publicação existentes na Web está-se a contribuir para o desenvolvimento e preparação de cidadãos aptos para a sociedade da informação e do conhecimento.

A diversidade de recursos na Internet é grande, implicando tempo de pesquisa e de exploração. Para todas as disciplinas há conteúdos, actividades com correcção automática, simulações e jogos. Portanto, todos os intervenientes na educação devem aceitar esse desafio para educarem e formarem jovens responsáveis, capazes de trabalhar de forma colaborativa e reflexiva.

O ambiente de trabalho deixa de estar no computador pessoal do professor e passa a estar online, sempre acessível, a partir de qualquer lugar do planeta com acesso à Internet. Nunca mais o professor corre o risco de se esquecer de trazer alguma coisa para a aula porque a um clique pode aceder aos seus favoritos no Delicious, aos seus textos, gráficos ou apresentações no Google Docs, às suas imagens no Flickr ou, aos seus vídeos no YouTube.

Alguns autores indicam-nos que cada vez mais os alunos estão motivados para as tecnologias informáticas e menos motivados para os métodos tradicionais de ensino. Por isso, acreditam que para conseguir cumprir a missão de formar os alunos, o professor tem a obrigação de adaptar os seus métodos de ensino às novas tecnologias. Torna-se muito importante que no contexto da sala de aula se use e se aprenda a utilizar as novas tecnologias. O professor reconhecendo que tem de orientar os percursos individuais de aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento de competências, deve ser receptivo e capacitar-se para aprender e se actualizar.

Apesar das condições tecnológicas estarem criadas, torna-se urgente saber dar, em proveito de uma educação de qualidade, utilidade à Internet, ao equipamento informático nas salas de aula e aos portáteis. Pensamos que a Web 2.0 pode dar uma outra perspectiva nessa qualidade do ensino, tornando os alunos produtores do conhecimento. Assim, a integração de várias ferramentas da Web 2.0 na prática lectiva, como o Dandelife, Wiki e Goowy, deseja fazer com que os alunos se envolvam no processo de ensino e aprendizagem, procurando, por um lado, rentabilizar os recursos da Web e, por outro, partilhar o conhecimento. É, pois, importante preparar as gerações para esta nova forma de estar, onde todos são consumidores e produtores e onde as capacidades de pesquisar e de avaliar a qualidade da informação são críticas. Para além disso, os alunos desenvolverão um conjunto de competências transversais. Alguns autores reconhecem que a Internet se tornou uma extensão cognitiva e um meio de socialização de grande magnitude, particularmente, para os jovens.  

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Silly Symphonies

03-12-2010 20:50

The Skeleton Dance

 Flowers & Trees

 

The Ugly Ducking 

Silly Symphony é o título de uma série de 75 desenhos animados produzidos pela Walt Disney Productions entre 1929 e 1939.

A série surgiu com o aparecimento do cinema sonoro e pelo potencial que Walt Disney viu nele. Steamboat Willie (1928), a terceira animação da série do Rato Mickey, fora o primeiro filme de animação sonoro da história do cinema e Walt Disney quis explorar mais  esta inovação técnica. Para tal, contratou o compositor Carl Stalling, que se tornou no primeiro director musical do cinema que teve a ideia de criar filmes de animação em que a música ditava a acção e não o contrário. Assim nasceram as Silly Symphonies, cujo primeiro filme foi The Skeleton Dance, inaugurado a 10 de Maio de 1929.

A série Silly Symphonies evidencia-se pelo facto de ter sido uma plataforma para experiências, não só a nível narrativo, mas também a nível de novas tecnologias. Destas, a que teve maior impacto, foi o então novo processo de cor de três tiras da Technicolor. Flowers and Trees (1932) foi o primeiro filme a servir-se deste novo procedimento e obteve um enorme êxito.

O sucesso estendeu-se aos Óscares, tendo as Silly Symphonies dominado a categoria de melhor curta-metragem de animação nos primeiros seis anos em que o prémio foi instituído.

No final da década de 30, Walt Disney resolveu centralizar a produção do estúdio em longas-metragens e, assim, The Ugly Ducking, em 1939, tornou-se no último filme da série. As  Silly Symphonies deixaram um importante legado, que se eterniza até aos nossos dias.

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Currículo: Teorias e Praxis de José Augusto Pacheco - Resumo e Critica do livro

02-12-2010 22:47

Pacheco, J. (2001). Currículo: Teorias e Praxis. Porto: Porto Editora.

Este livro está organizado em quatro capítulos:

-Enquadramento conceptual da teoria e desenvolvimento curricular; Teorização e investigação curricular; Processo de desenvolvimento curricular e Reformas e inovação curricular.

No primeiro capítulo, o autor apresenta vários significados subjacentes ao termo currículo, chamando a atenção para que a noção de currículo é uma noção vaga, usada muitas vezes de forma imprecisa ou restritiva. Apresenta duas categorias para enquadrar a variedade de definições de currículo que analisa. Na primeira, o currículo é identificado como um plano de estudos, ou um programa, muito estruturado e organizado, de objectivos, conteúdos e actividades, de acordo com a natureza das disciplinas. Na segunda, o currículo é definido em termos muito distintos, pois embora se refira a um plano ou programa, contempla o conjunto das experiências educativas vividas pelos alunos no contexto escolar, e o propósito que lhe está subjacente possui um elevado grau de indeterminação e é adaptável em função das condições da sua aplicação.

Apesar da divergência reinante, Pacheco sistematiza três ideias-chave subjacentes à noção de currículo: de um propósito educativo planificado no tempo e no espaço em função de finalidades; de um processo de ensino-aprendizagem, com referência a conteúdos e a actividades; de um contexto específico o da escola ou organização formativa.

Ao considerar o currículo como um propósito contextualizado numa determinada sociedade, o autor destaca a sua carga de valores, social, cultural e historicamente situados, e a sua dependência dos contextos em que se enquadram e das pessoas que neles intervêm, não esquecendo que um contexto inclui subsistemas de várias ordens: política, social, administrativa, educativa,... Tendo em conta todos estes aspectos, o autor conclui: “o currículo, apesar das diferentes perspectivas e dos diversos dualismos, define-se como um projecto, cujo processo de construção e desenvolvimento é interactivo, que implica unidade, continuidade e interdependência entre o que se decide ao nível do plano normativo, ou oficial, e ao nível do plano real, ou do processo de ensino-aprendizagem. Mais ainda, o currículo é uma prática pedagógica que resulta da interacção e confluência de várias estruturas (políticas, administrativas, económicas culturais, sociais, escolares,...) na base das quais existem interesses concretos e responsabilidades compartilhadas.” (Pacheco, 2001, pág.20)

O segundo capítulo debruça-se, em especial, sobre o papel das teorias curriculares e caracteriza-as, focando-se em vários aspectos, três teorias distintas: a técnica, a prática e a crítica. A teoria técnica é a que ainda se faz sentir actualmente. O currículo é definido como um produto, uma sequência de experiências de aprendizagem dos alunos, preparadas pela escola segundo um plano previamente estabelecido. O currículo é sinónimo de conteúdos ou de programas das várias disciplinas. Assim, o currículo está ligado a um plano organizado de aprendizagem centrado nos conteúdos, nos alunos e nos objectivos previamente formulados. Na teoria prática, o currículo é perspectivado como uma prática que resulta de uma conexão entre especialistas curriculares e professores e, também das condições reais dessa prática, onde é reforçada a concepção de currículo como processo, constituindo uma proposta que pode ser analisada pelos professores de diferentes maneiras e aplicada em diferentes contextos. Por conseguinte, o currículo é uma prática em deliberação e em negociação. A interpretação negociada é muito importante, pois a interpretação dos textos curriculares presume uma actividade prática e inclui a consideração dos alunos como os principais sujeitos deste processo. A teoria crítica “ao ter como enquadramento muitas das ideias neomarxistas, fenomenológicas e existencialistas…insere-se numa perspectiva emancipadora de currículo, afastando-se, em termos conceptuais, das teorias técnica e prática. O currículo não é o resultado nem dos especialistas nem do professor individual mas dos professores agrupados e portadores de uma consciência crítica e agrupados segundo interesses críticos” (Pacheco, 2001, pág. 40) Esta teoria oferece visões críticas do currículo e, o que as distingue “é o conceito de praxis inerente ao interesse cognitivo crítico e que é constituído pela acção e reflexão” (Pacheco, 2001, pág.41)

No âmbito da investigação curricular, o professor é o principal fomentador do desenvolvimento do currículo, é aquele que investiga com o fim de estudar o seu trabalho, com a ajuda de outros, com o objectivo de resolver problemas com que se debate.

Este capítulo finaliza com uma análise dos pressupostos curriculares: social, cultural, individual e ideológico.

Do terceiro capítulo destaca-se a discussão sobre as várias formas de entender o desenvolvimento curricular, à luz das diferentes teorias.

A política curricular representa uma ideologia, encerra as decisões de forças políticas, as deliberações dos contextos escolares que são implementadas através de leis, decretos de leis, portarias, despachos normativos, circulares e ofícios circulares, textos de apoio, documentos internos da escola. A apresentação dos contextos ou níveis de decisão curricular é representada da seguinte forma: “ político-administrativo (no âmbito da administração central); de gestão (no âmbito da escola e da administração regional); de realização (no âmbito da sala de aula).” (Pacheco, 2001, pág.68) Relativamente a este último, é particularmente interessante a visão do papel dos manuais escolares enquanto mediadores do currículo para os professores.

Ainda neste capítulo, Pacheco refere-se ao que designa por “fases de desenvolvimento do currículo”, elucidando sobre os diferentes currículos que se devem considerar conforme o contexto e os elementos que com ele interagem. O currículo prescrito ou oficial ou escrito ou formal “ é o currículo sancionado pela administração central e que é adoptado por uma estrutura organizacional escolar. A segunda fase é a do currículo apresentado (Gimeno, 1988) aos professores através dos mediadores curriculares, principalmente dos manuais e dos livros de texto, e isto numa situação em que os professores não trabalham directamente com o currículo oficial. A seguir, no âmbito do projecto educativo da escola, com a inclusão do plano global de formação, o currículo é programado, em grupo, e planificado, individualmente, pelos professores, não deixando de ser um currículo moldado (Gimeno, 1988) ou percebido (Goodlad, 1979: 60) porque representa, como este autor diz, A fase do currículo real (…) é a que se situa num contexto de ensino e que corresponde a um currículo operacional (Goodlad, 1976: 61), isto é, . Trata-se do currículo que acontece na prática diária da escola.” (Pacheco, 2001, págs. 69 e 70) O autor apresenta ainda o chamado currículo realizado ou experimental “que é a expressão dos resultados da interacção didáctica e que tanto traduz o currículo vivenciado pelos alunos como o currículo vivenciado pelos professores e demais intervenientes. Quando se investiga ou reflecte sobre o currículo esta fase pode corresponder ao currículo observado a partir das opiniões dos seus participantes.” (Pacheco, 2001, pág.70) O currículo oculto, não ensinado, escondido, é aquele que não pertence ao currículo oficial. “Dir-se-á que existe um currículo oculto quando os autores dos manuais fazem a sua interpretação do programa, quando os professores moldam os conteúdos e organizam as situações de ensino – aprendizagem, quando os alunos são sujeitos activos na interacção didáctica, enfim, quando os pais e outros mais participam, de modo directo ou indirecto, no desenvolvimento do currículo.” (Pacheco, 2001, pág. 70) O currículo avaliado é aquele onde estão incluídas as seguintes avaliações: alunos, planos curriculares, programas, professores, escola, manuais, administração…

No que diz respeito ao contexto político – administrativo, Pacheco diz que dos modelos globais de construção curricular evidenciam-se os de Tyler, Taba, Wheeler, Lawton e D`Hainaut.

O autor refere – se aos modelos de organização curricular afirmando que todas as classificações dos modelos são semelhantes, apresentando algumas diferenças na terminologia. Para o 1º Ciclo do Ensino Básico, segundo Pacheco o modelo utilizado é o integrado ou globalizado, porque se deseja que, o aluno no seu primeiro contacto com o ensino formal, conheça e compreenda de uma forma integral os acontecimentos e saiba exprimir-se e situar-se em relação a si próprio, aos outros, ao espaço e ao tempo. As disciplinas não desaparecem, subordinam-se a “uma visão de conjunto de modo a proporcionarem experiências concretas aos alunos. (…) Assim pretende ser o 1º ciclo do ensino básico (…) (LBSE, alínea a), ponto 1, art.º 8.º) Por conseguinte, o plano curricular é estruturado em quatro áreas disciplinares: Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e Expressões (Artísticas e Físico – Motoras).” (Pacheco, 2001, pág.83) A Lei de Bases do Sistema Educativo, pontos 4 e 5, artº.47.º, ao elaborar os planos curriculares a nível nacional para o ensino básico, introduz conteúdos de natureza regional e local. O currículo tem uma componente principal que é a disciplinar que se relaciona com os conteúdos que são aprendidos pelos alunos noutras disciplinas e áreas curriculares. No ensino básico as áreas curriculares disciplinares coexistem com as áreas curriculares não disciplinares: Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. As Actividades de Enriquecimento do Currículo “ são organizadas em regime normal (manhã e tarde) e, apesar de serem facultativas, tornam-se obrigatórias para os alunos, transformando-se em actividades curriculares disciplinares, cuja planificação compete à escola em colaboração com diversas entidades promotoras, preferencialmente as autarquias. (…) são estas: actividades de apoio ao estudo; ensino do inglês (estas duas actividades são obrigatórias na planificação dos agrupamentos); ensino de outras línguas estrangeiras; actividades física e desportiva; ensino da música; outras expressões artísticas; outras actividades…” (Pacheco, 2001, pág. 86)

O currículo no contexto político – administrativo é um projecto sócio – educativo que é adaptado pela administração central no processo de preparação curricular, na apresentação de uma proposta de programas de escolarização, na exposição de planos curriculares, de programas, de indicações metodológicas e de critérios de avaliação. O currículo, também é decidido ao nível da região e da escola. “O projecto de escola compreendido nas competências e atribuições que possibilitam a sua autonomia e dentro da flexibilidade organizacional do sistema escolar, corresponde a uma fase de planificação intermédia ou de decisão curricular que se expressa em três projectos interdependentes – educativo, curricular e organizativo – culminando na realização de um projecto didáctico que se situa no contexto da realização do currículo e que envolve os intervenientes directos do espaço da sala de aula.” (Pacheco, 2001, pág. 90) O projecto educativo constitui uma tentativa de implicação da comunidade educativa, como professores, alunos, pais, etc. O projecto curricular equivale a uma pluralidade de projectos que fazem a interligação entre o projecto educativo e o projecto didáctico, seguindo a organização do ensino básico, em projectos de ciclo, de ano e de turma.

É à escola que compete organizar horizontalmente o conjunto de actividades lectivas e não lectivas, criando condições que fomentem a aprendizagem e o sucesso educativo dos alunos.

No que diz respeito à autonomia do professor verifica-se que, no domínio da formulação dos objectivos de aprendizagem ao nível da turma, de acordo com o referente das competências essenciais e específicas, esta é manifesta. Devido à existência de programas, traçados a nível nacional, o professor não tem autonomia quanto aos conteúdos. Para a sua transformação didáctica, a fim de que estes possam ser compreendidos pelos alunos possui total autonomia. Constitui um dos aspectos do currículo oculto. Em relação às actividades e recursos o professor goza de plena autonomia. Este faz a gestão do tempo de aprendizagem sem estar sujeito a um referente estabelecido. A autonomia compartilhada é realizada na escolha do manual pertencente ao conjunto de professores. Assinale-se que isso não o impede de utilizar outros materiais curriculares. Quanto à avaliação dos alunos, o professor goza de uma autonomia colegial tanto na observação das modalidades e actuações de avaliação como na aplicação de critérios. Como o professor está integrado num modelo didáctico, este actua segundo um conhecimento profissional e utiliza técnicas fundamentadas que subentendem a pesquisa e experiência educativa.

 Neste capítulo, Pacheco chama a atenção para a função, factores e tipos de planificação docente. Os factores que intervêm no processo de planificação do professor e que o influenciam indirectamente são imensos como, por exemplo: diferenças individuais; crenças educativas; pensamentos, juízos e decisões presentes na acção do professor; motivação, valores e conhecimento da matéria; conhecimento dos alunos através de informações ou contactos; o manual adoptado.

Nas fases de desenvolvimento do currículo, o chamado currículo em acção é caracterizado pela interacção professor/aluno, onde a dinâmica da aula depende do contexto da escola e da turma, do espaço escolar, das características do professor, do aluno e do clima que se vive na turma. Outro condicionante da realização do currículo diz respeito à organização do espaço arquitectónico da escola e ao aspecto físico da aula. Nos modelos de organização didáctica, o espaço ocupado pela secretária do professor e as carteiras dos alunos, os espaços constituídos por elementos permanentes constituem zonas de influência do professor e alunos através dos quais estes interagem.

A avaliação está presente nos diferentes contextos e estádios do desenvolvimento curricular. Na avaliação externa, o intuito de avaliação coincide com a avaliação dos programas, materiais curriculares e modelos de desenvolvimento do currículo. A avaliação interna é a avaliação que as escolas realizam das suas próprias actividades, abrangendo o desempenho dos professores, o progresso de cada aluno, o funcionamento da turma, os processos e práticas dos professores.

No processo de desenvolvimento curricular centrado nos objectivos, o currículo constitui a preparação de um programa estruturado de aprendizagem dos alunos, tendo em vista o seu aperfeiçoamento através dos objectivos expressos em termos de comportamento e de acordo com a previsão e precisão de resultados. O professor é um executor, um técnico que realiza um projecto planeado por peritos da maneira o mais fiel possível. No modelo centrado no processo, o currículo é orientado para a resolução de questões práticas. Neste modelo é o professor quem realiza o currículo, o qual poderá ser realizado através da investigação. Este é um agente curricular, com capacidade autónoma para elaborar e adaptar outros materiais curriculares, sem ser o livro de texto. Neste modelo o aluno não é um reprodutor daquilo que o professor diz mas, participa e é membro activo da sua própria aprendizagem. No modelo centrado na situação “ o currículo resumir-se-ia assim às seguintes decisões: análise da situação existente; formulação das finalidades; elaboração, nas escolas, dos programas; aplicação e interpretação dos programas; avaliação do funcionamento.” (Pacheco, 2001, pág. 141) Um dos objectivos deste modelo consiste nas práticas auto – reflexivas do professor.

O terceiro capítulo finaliza com uma síntese da importância do estudo da realidade curricular.

No capítulo quarto, Pacheco aborda aspectos da reforma educativa dos anos 80, fazendo uma análise dessa reforma. Ainda neste capítulo, Pacheco analisa o processo curricular correspondente a 1836-1974, tomando em consideração a face oficial e real do currículo.

Na conclusão, faz uma reflexão e oferece ainda uma síntese das principais conclusões de cada capítulo. ”As reformas curriculares, tal como o têm demonstrado os estudos de investigação, são desencadeadoras de um desfasamento entre as intenções e a realidade dos contextos escolares. Deste modo, o termo inovação substituirá o de reforma para designar a mudança escolar, uma vez que se tornará urgente discutir não apenas as alterações organizacionais e normativas mas, de igual modo, as práticas curriculares ao nível da escola e da sala de aula. E, se uma reforma procura a alteração dos objectivos, dos conteúdos de ensino, dos programas, da metodologia didáctica e da avaliação sem questionar as práticas curriculares existentes e os processos emergentes de produção de inovações escolares, então tudo não passará de um intento político sem efeitos no quotidiano escolar.” (Pacheco, 2001, págs. 255 e 256)

 Segundo o nosso ponto de vista, este livro, para além de estar bem estruturado, ser muitíssimo bem fundamentado e resultar de um estudo manifestamente consistente, tem o mérito de tratar o currículo de uma forma abrangente, analisando este conceito sob vários aspectos, proporcionando uma visão clara e completa.

 

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